quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Céu de Março

Estar ao volante tarde da noite, quando as ruas estão mais calmas e o trânsito flui mais rápido põe o cérebro em piloto automático para a direção e se distancia ao som do rádio. 

Todas aquelas músicas bonitas e românticas, que um dia me fizeram chorar de felicidade, hoje me doem. De saudade, ou por perceber que elas já não me atingem como antes. Que o que ficou, até esse instante, foi o saudosismo de quando cada verso me arrepiava a nuca, como vinha aquele nó na garganta de felicidade. De amor. Choro de alegria. De amar e se sentir amada. Sentir-me cuidada, zelada, assim como os meus sentimentos de afeição. De acordar e sentir as tais borboletas no estômago ao pegar o celular e ver que tem uma mensagem carinhosa de bom dia, e responder cheia de amores.

Hoje o nó que vem é dolorido, é sentido. Por me saber amada mas não me sentir como tal. Por não sentir mais as borboletas. Quase um luto pelo que um dia já foi e não mais é.

Chego em casa sob um céu de eternas trovoadas. Mas, ainda assim, espero a volta da primavera e, com ela, o retorno das borboletas.


Mayara S.
 
 
[Crônica escrita para a disciplina de Português e Comunicação]

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